segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Partilhar... eis a questão!

Que saudade louca desse espaço, desse blog... Mais uma vez, fiquei muito tempo sem aparecer aqui. E a resposta desse sumiço é o "acúmulo de tarefas que se acumulam a todo o tempo". Quisera eu ter lembrando que esse espaço é também um espaço de fuga da rotina, fuga de tarefas que são necessárias, mas nem sempre prazerosas...
Quisera eu lembrar que um pouco do que me dedico aqui, me faz pensar um tanto na vida, nas minhas escolhas, nas minhas decisões...
E aí eu vejo o tempo que perdi em não escrever, em não maravilhar nos próprios escritos e descobertas.
E a vida seguiu o rumo como sempre, mas a pausa neste espaço me faz bem e espero não me perder nos excessos de trabalhos e mais trabalhos, só para poder viajar comigo mesma e em tudo o que eu escrevo.
Afinal, histórias e mais histórias precisam ser vividas, revividas e contadas. A beleza da internet está nas relações, nas formas de se pensar, confrontar e estabelecer novas ideias. Pelo menos, é assim que penso.
E aqui eu fico, cheia de ideias, de vontades, de leituras e sonhos, sempre com o desejo de partilhar o que há de melhor em mim...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sobrinhos: experiência de vida.

Primeiro vem o Antônio e a experiência nova de ser tia... No início tudo é muito estranho, diferente...
Um ser bonitinho vai tomando espaço entre as nossas conversas, saídas, entre os nossos espaços...
Aí você vai conhecendo o jeito, o gosto, os desejos, as molecagens.
Depois disso, acabou. Você se apaixona para sempre. Perdidamente.
É um pedacinho da sua família ali, pertinho de você!
E com o passar dos tempos, novos sobrinhos chegam quase que junto. E quando você acha que o seu coração já tem amor demais, você percebe que amor nunca é demais. E preenche seu coração com os novos sobrinhos: João e Arthur.
E assim vai seguindo a vida, cheia de amores e expectativas...
Cheia de ideais e sonhos...
Cheia de afeto e carinho...
Cheia de brincadeiras e bagunças...
Lotada de Amor!
E eu vou aprendendo a ser mais gente, mais cheia de vida, lotada de amor.

domingo, 14 de agosto de 2011

Sempre PAI

Já falei de mãe, de avô e de avó... E por que será que ainda não falei de pai? Acho que por medo, receio, timidez. Falar de pai implica falar de um sentimento profundo que existe dentro de mim revelando a pessoa que sou, o ser que acredito, a alma que possuo.
Falar de PAI é me encontrar no próprio interior, é perceber a magia que existe nas relações mesmo quando as palavras não se pronunciam. Pensar em PAI é pensar em sorte, em amor, em dádiva. Dizer PAI é soltar ao vento companheirismo, alegria, diversão e base.
E claro que a palavra PAI vai tomando proporções diferenciadas, de acordo com que as pessoas vão enxergando nos próprios pais ou mesmo nos pais que a mídia oferece.
Eu posso falar do pai que tenho. E quero! Meu pai sempre abraçou sem braços, sempre corrigiu sem as mãos, sempre elogiou sem palavras.
Hoje, neste "Dia dos Pais", tenho a certeza de que o dia é dos PAIS, mas o presente é meu e de minhas irmãs: O NOSSO PAI É NOSSO!
Tem presentes que não tem preço e nem datas. Nosso PAI é um desses presentes. Presentes valiosos de almas, cheios de luz!
E para a alegria e sorte dos que chegam, melhor que pai, é pai que vira avô. E assim a felicidade vai se espalhando em outros seres...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

ETERNA BUSCA

Nunca pensei na criação de um blog totalmente “pedagógico”, até porque esse discurso fugiria ao alcance do meu maior desejo aqui: falar de VIDA, falar de AMOR, falar de TUDO! E o que vem a tona em minha mente, nesse momento, é a Educação e suas implicações pedagógicas. Justamente porque eu falo de vidas, de amores, de escolas..., falo disso aqui também.
Na realidade vem uma mistura louca de sentimentos que me faz pensar nas escolhas que fiz para a vida profissional. É tudo tão rápido, tão intenso, tão acelerado no cotidiano, que as ações realizadas por todos os envolvidos não deixa tempo e nem possibilidades de refletir e repensar CADA ação. Acreditar e reconhecer numa educação cíclica nos revela um olhar atencioso e criterioso do que vem e vai, e do que ainda fica. O que ainda persiste.
É incrivelmente dolorido estudar, pesquisar, se desdobrar, para morrer sem nadar. É totalmente revoltante não encontrar quem queira sair do lugar. Faz doer vivenciar ou escutar situações em que, ao invés de criar, seja melhor escolher um pensante. Professor cria, inventa, possibilita, traduz... Professor convida!
 E aí? Mas por que alguém tão insatisfeita, de mente tão inquieta, protetora das múltiplas linguagens e da produção de conhecimento busca viver numa vida profissional assim?
Simplesmente porque existe algo valioso na vida de uma pessoa: O IDEAL. Sim! Já tentei fugir da educação e tentei me encontrar no Direito. Sim! Já tentei! Mas 5 períodos foram mais que suficientes para me trazer de volta a realidade interior da minha alma: EDUCAÇÃO! Educação sim! Escola! Escola sim! Pessoas, vidas e histórias! Nesse período de 5 períodos reafirmei o meu ideal, minha escolha profissional.
E exatamente esse ideal que me move, que não me faz desistir (com certeza já me desanimou, só desanimou) que me faz ao mesmo tempo escrever, tentando na própria escrita encontrar palavras ou pensamentos com respostas. E nessa busca louca, nesse desejo louco, nessa vontade louca eu continuo andando e viajando, mas acreditando na educação e nos envolvidos neste processo. Que seja a minoria, sem problemas. Mas que seja uma minoria de mentes inquietas, de pessoas que buscam e compartilham dos meus ideais e de tantos outros que eu possa aceitar de alma aberta.
Ah! É isso que eu procuro. MENTES INQUIETAS E ALMAS ABERTAS.
Divido um pensamento, um ideal, um convite de Santa Clara em seu dia (por coincidência ou brincadeira do destino) : "NUNCA PERCA DE VISTA SEU PONTO DE PARTIDA".

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Loucamente apaixonada pela leitura...

Eu juro que tento entender o motivo de muitas pessoas não gostarem de ler. Eu juro!
Eu entendo que a motivação que tive na infância (de todos os lados) muitos não tiveram. Eu entendo!
Eu gostaria que as pessoas, já maduras, pudessem perceber que essa falta de motivação, interesse, desejo pelo ato de ler, pode ser modificada. Basta querer! Basta dar o primeiro passo. Ah!!! Eu gostaria! E como!
Às vezes me perco, fico longe de tudo, de todos, quando estou lendo...
Leio livros, revistas, net, jornais, folhetos, imagens...
Vou lendo, lendo, lendo e vejo o tempo que passei lendo, conhecendo um pouco mais sobre alguém, sobre lugares, sobre ideias e ideais.
E no meio de tanta leitura, vejo que posso ser melhor. Vejo que viajo pelo mundo inteiro com mil histórias diferentes da minha e aí tenho a certeza de como a vida é um bem precioso, de histórias maravilhosas.
E vejo, enxergo e visualizo a leitura como minha companheira de vida.

Essa postagem nasceu da "pintura do meu apt°". Tive que tirar os livros para pintar a sala que tem uma biblioteca, que é cheia de livros e aí me vi perdida, relendo alguns trechos de tudo que já li...

domingo, 10 de julho de 2011

Urgência!

Tanto tempo sem escrever aqui...
E venho com urgência!
Mas uma urgência de coração alegre, grato e feliz.
Urgência de dizer que a vida é mais que um presente...
Urgência em revelar que sou mais que abençoada...
Urgência em agradecer a beleza que vivencio em meu cotidiano...
Agradeço a Deus pela vida,
minha família,
meu amor,
meus amores,
minha profissão,
meus ideais,
meus amigos,
meus colegas,
minhas "tantas crianças",
minha história!
Agradeço a história que construo a cada dia.
Agradeço cada queda, cada decepção, cada desafio.
Agradeço, de coração leve e feliz!
Agradeço por tudo! Tudo!!!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Eu sem você...

"Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você!
Futebol sem bola
Piu-piu sem Frajola
Sou eu assim sem você!
...
Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você!
Circo sem palhaço
Namoro sem abraço
Sou eu assim sem você!
...
Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você!
Carro sem a estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você!"

Teteco em BH e eu aqui em GV

*Teteco = Antônio Amor da minha Vida (Um macaco e um GATINHO!)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Você conhece o livro TUDO?

Hoje, numa reunião, conversávamos sobre a importância da leitura e da escrita. Enquanto escutava as colegas, pensava em mil outras coisas a respeito. Algumas dei conta de falar, outras não, pela falta de tempo mesmo.
Tenho inúmeras lembranças e histórias felizes sobre o prazer da leitura em minha vida. Inúmeras de verdade!
Tenho situações em mente de famíliares, conhecidos, amigos e professores que me incentivaram ao longo da vida.
Lembrei de uma história hoje que gostaria de compartilhar:
Estava em Ipatinga, quando ainda era bem criança, e meu tio Hélio que sempre gostou muito de ler me apresentou um livrão de forma especial e contagiante!
Ele começou a conversa assim: "Olha, tenho um livro aqui que tem tudo o que você quiser". Eu fiquei curiosa na hora (como sempre) e perguntei se era verdade, se realmente tinha tudo mesmo. Ele disse que tinha, que era só eu falar o que eu queria encontrar lá, que ele ia me mostrar.
Não sei por que, mas lembro que perguntei se tinha galinha e ele foi lá e me mostrou: uma foto de galinha, a palavra galinha e um texto. Aí, comecei a falar o nome de outras coisas e ele foi me mostrando.
E era verdade! Aquele livro realmente tinha tudo. TUDO MESMO!
Inclusive, o nome do livro era TUDO. Era grosso como uma bíblia que tinha lá em casa, da capa preta.
E esse livro era um dicionário.
Por isso tudo estava ali.

E dessa forma, prazerosa, curiosa e motivadora que eu fui apresentada à um dicionário.

Livro, leitura e prazer: não tem idade! Quanto antes, melhor!


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mãe é mãe!

Mãe é mãe sim! Ser protetor, acolhedor, mágico.
Falo isso não de qualquer mãe, mas daquelas que exercem essa função maravilhosa e difícil.
Nem nos meus sonhos mais belos e perfeitos eu seria uma mãe como a minha.
Quem dera se eu conseguisse ser um milésimo da maravilha de mãe que ela é.
Quem dera...

Feliz Dia das Mães para essas pessoas especiais que encontramos por aí, por aí e por aí.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O que nos dizem os baús?

Sempre fui apaixonada pelo baú da minha avó.
Prático, você pode sentar e guardar as coisas dentro dele.
Rústico, chique.
Decorativo, lindo.
Ele era da minha avó Iracema.
Ele vivia cheio. Cheio, lotado!
Agora, casada, ele é meu! Ficou um tempo vazio, mas cheio de lembranças.
Hoje, mesmo cheio, lotado novamente, ele continua "cheio de sempre".
Ele é a lembrança cotidiana da minha avó em minha vida.
Por muito tempo e até hoje, meus olhos se enchem, de lágrimas e saudades.
O que me conforta é saber que as lágrimas de saudades tem o significado de luz nos caminhos dos que já se foram.
Foram sem se despedir. Foram, tão cheios de vida...

Vamos brincar um pouco de imaginar?
Imagine você assistindo sua avó num campeonato de natação...
Imagine uma apresentação em que sua avó era o cachorro que queria se casar com a D. Baratinha...
Imagine sua avó encenando uma bruxa...
Imagine sua avó fazendo dança de salão...
Imagine sua avó escrevendo poesias sobre as flores, de A a Z...
Imagine você assistindo um desfile de sua avó no shopping...

Imaginou?
Essa era a minha avó. Ou melhor, é a minha avó.
Avó que eu guardo na lembrança. Ou melhor, no báu vivo de recordações que não está na minha sala,
mas aquele que está vivo em meu coração.

Feliz aquele que sabe a felicidade que é ter avós.

Vó, te encontro em vários lugares:
no mar, nos filmes, nos teatros, nas viagens, nas flores, nos livros, nas crianças,
te encontro na arte!

domingo, 1 de maio de 2011

Mais uma vez, falando de amor...

Vou falar de amor. Só para variar...
Estou aqui cheia, ou melhor, lotada de serviço, de trabalho acumulado e meu pensamento voa.
Voa para bem longe, para perto de alguém que eu queria por perto.
E começo a viajar nesse desejo.
Nessa viagem percebo que o mês que se inicia é o mês de maio.

Mês das mães (que eu amo!)
Mês de Maria (que eu admiro eternamente)
Mês abençoado em que Deus me deu um presente mais que valioso há 3 anos:
MÊS DO ANTÔNIO (sobrinho e afilhado).

E esse amor que não cabe dentro de mim é que me faz escrever desse sentimento pelo gigante Teteco (Antônio)
Ai meu Deus, que mês mais lindo!
Mês que me faz viajar pelo tempo e relembrar alegrias vividas com esse amor de criança...

Amor que eu divido, já que me traz tanta felicidade!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

SER PEQUENO, SIMPATIA GIGANTE.

Hoje acordei com uma saudade imensa!
Saudade de um ser pequeno de simpatia gigante:
Saudade dos sorrisos,
dos abraços,
da voz,
do olhar...
Saudade.
Saudade.
Saudade.
E essa saudade só veio reafirmar que saudade é AMOR!

Antônio (amor da minha vida) indo para o IIC em 2009.

domingo, 17 de abril de 2011

Caso de amor eterno...

Muitas pessoas dizem que não devemos amar objetos materiais.
Muitas pessoas dizem muitas coisas...

Amo loucamente algo que foi uma companheira fiel de todas as horas...
que me levou para vários lugares...
que me acompanhou sorrindo e chorando...
que  me fez mais feliz, pelo simples motivo de sua existência.

Sua chegada em minha vida foi emocionante, assim como a sua partida.
Quando vi que já não tinha mais jeito, que era fato que ela iria embora, lágrimas desceram...
Os olhos vermelhos na verdade só queriam expressar que a dor da saudade trazia junto um coração cheio de lembranças felizes.

Esses mesmos olhos aqui escrevem essa postagem lacrimejados de emoção!

Sei que é apenas um objeto, mas é um objeto de histórias. Histórias muio engraçadas por sinal, que renderiam um livro. Um livro de histórias em duas rodas.

Esse amor, meu grande amor, é a minha linda, charmosa, e eterna ex Biz, a quem devo toda a minha gratidão.

Sei que para muitos essa minha paixão, meu amor, esse sentimento, é pura bobagem,
mas sei que para as almas sensíveis, essa dor da partida é dor real.

Feliz aquele que a comprou! Terá felicidade eterna!!!

Fica registrado aqui então: além de valor material, objetos também carregam histórias... muitas histórias...

Minha amada eterna BIZ:




quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pense... Sempre!

Tem coisas que são indiscutíveis, ok?

A vida é uma delas! A vida realmente é um grande presente!!!
Sinto que é um daqueles que vem embrulhado de outros tantos embrulhos.
Às vezes abrimos e nos assustamos, outras tantas vezes abrimos e nos alegramos.
A vida é um presente cotidiano: de pessoas, de trabalhos, de amores, de flores e poesias.
A vida é melodia, é canto, é alegria.
A vida é a vida!
É tudo isso que amo e que me faz ter vontade de viver sempre mais...

Muita, paz e luz nessas nossas vidas é o que desejo a todos...
Muita sabedoria e dignidade...
Muito afeto...



Pois então, VIVA!!!

domingo, 10 de abril de 2011

Valor

Sabe aquela propaganda em que a mensagem é resumidamente: "tem coisas que não tem preço"??? Pois então. Nada mais verdadeiro! Muitas coisas na minha vida não tem preço. Muitas mesmos!

Um exemplo vivenciado agora a pouco: cantar músicas que "machucam o coração" em um ônibus de colegas de trabalho de volta para a casa depois de um congresso...

Isso é vida!!! Surpresas em cantorias!

Desejo muitas músicas e emoções provocadas por elas à todos!
Música! Sempre!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Coisas sem explicação...

Estava muito cansada. Viajar de ônibus não é tão agradável assim... O corpo reclama. Só que coisas mágicas acontecem em nossa vida, que a gente fica meio sem saber o nome certo do que é isso. Amor é pouco para explicar isso...

Em BH, um sono pesado não me deixava levantar, mesmo percebendo que todos já haviam acordado. De repente, sinto em meu rosto algo estranho. Uma voz do além, já que eu ainda estava sonolenta, dizia: "Bincar, bincar, titia,vamo bincar". Essa voz acompanhava um carrinho que passava levemente na minha face.

E nessa hora, por mais pesado que tenha sido meu sono, a magia de uma criança me despertava. E o gigante sono e cansaço dava espaço para uma brincadeira de criança.

Quando eu disse que o nome disso não é amor, é porque é algo muito grande dentro de mim. Penso sinceramente que existirá outra palavra para dizer o nome desse sentimento. Sentimento que é sincero, fraterno, carinhoso, divino e eterno.

Por enquanto, se explica apenas como amor.

Amor, Antônio.

PS: Desejo a todos o mesmo sentimento. Antônio é meu sobrinho e afilhado. É um presente de Deus.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Rosas são presentes

Pessoas são presentes. Momentos são presentes. Histórias e poemas são presentes. Resolvi compartilhar um presente: este poema. Conheci esse poema quando uma ex professora minha recitou em um congresso. Fiquei maravilhada. Como são belas as palavras! Como ele é muito grande, ela não tinha ele impresso e não se animou em escrevê-lo. A conquista desse poema é uma VERDADEIRA HISTÓRIA DE AMOR! JURO! Muitos envolvidos nesta conquista: namorado, internet, prefeito, etc... Um dia conto aqui o malabarismo que foi conseguir essa preciosidade. Considero um verdadeiro tesouro!

Penso que muitos não ficarão animados em ler o poema pelo seu tamanho. Mas peço uma coisa: quando for ler, leia com a alma. Não leia com os olhos, leia com o coração. Assim, somos capazes de perceber a essência da beleza encontrada no amor.

Com vocês, um dos meus tesouros para deixar os corações dos leitores ainda mais rico de AMOR...

“Moça, me dá uma rosa!”

(Adaptação em versos de um conto radiofonizado, de autor não identificado)

Era um triste contraste aquele, distinguido
Numa encosta escarpada e num vale florido:
Lá no morro, o barraco ao vento se inclinava;
No vale, um palacete, entanto, se enfeitava
De rosas, de jasmins, de pássaros joviais
Que adejavam, cantando, os lindos roseirais...

O barraco de zinco e o bangalô de pedra
– Onde a miséria mora e onde a fartura medra –
Eram naquela parte estreita da paisagem
Antônimos cruéis que, na louca voragem
Da vida singular, excêntrica ou profana,
Confundem na incerteza a indagação humana...

Qual a causa que leva um dia a Onipotência
A dar rumo diverso a cada uma existência,
Que às vezes se coloca em destaque chocante,
Como revolta muda ou protesto gritante?

Por que, sem ter noção ainda do pecado,
Há de nascer alguém surdo, cego, aleijado?
Por que será, meu Deus, que, pobre e sofredor,
Se arrasta, muita vez, quem só pratica o amor?
E o eco repercute, ao longe, os brados meus:
– Para ser manifesta a grandeza de Deus!

No casebre de zinco, um garoto pretinho
Vivia a contemplar das palhas do seu ninho,
Lá embaixo, ao sopé do morro proletário,
O formoso jardim do seu sonho diário
Que, à sua alma infantil de ingênuo espectador,
Representava o céu numa festa de flor.

Numa certa manhã de ensolarado brilho,
O garoto desceu do morro, maltrapilho,
E ficou enlevado, a contemplar, assim,
O viço tropical de tão belo jardim...

Como era tudo ali cromático e festivo!

Porém aquela flor, de um rubro muito vivo,
Exercia sobre ele uma fascinação,
Que a mundos irreais sua imaginação
Levava a percorrer em vôos de magia,
Na asas alvi-azuis de sua fantasia...

E, nesse doce enlevo, angélico semblante
Ele descortinou, olhando-o fascinante,
No veludo-cristal da corola formosa
Daquela rubra flor, daquela linda rosa...
E, a seu ávido olhar, a aparição amada
– Anjo, deusa ou visão de algum conto de fada
Saiu da inspiração de um sonho rosicler,
Para se revelar simplesmente mulher:
Jovem, de olhos azuis e loira cabeleira
– Nova Branca-de-Neve ou Gata Borralheira...
E por isso ensaiou um pedido inocente:
– Moça, me dá uma rosa, uma rosa somente!...
Mas a jovem falou com desprezo invulgar:
– Vá embora daí! Não torne a importunar!

O garoto ficou inda um pouco parado;
Depois, triste, baixou os olhos, humilhado,
E saiu arrastando os pés, devagarinho,
Pela esteira sem luz do seu pobre caminho.
Como lhe pareceu tão mal e injusto o mundo;
Sufocou na garganta um soluço profundo,
Numa interrogação que ficou sem resposta:
– Por que, por que de mim essa moça não gosta?
Por que ao desgraçado aqui se nega tudo,
Até mesmo uma rosa?...uma rosa?!...
                                                               Contudo
Tão pouco ele queria! E esse pouco, entretanto,
 Lhe negavam sem dó, para aumentar-lhe o pranto...

O mundo é sempre assim: esconde a mão ao pobre,
Para fartar na orgia os caprichos do nobre!

No outro dia, bem cedo, às grades do jardim,
O garoto de novo estava a olhá-lo, assim:
Na ânsia de retratar na alma sentimental
O quadro multicor daquele roseiral,
Para poder sentir, dentro da própria vida,
O sonho irrealizado, a glória inatingida...

Quando a jovem surgiu de novo, entre os canteiros,
Seus olhos outra vez brilharam prazenteiros,
E cheio de esperança, à jovem tão formosa,
Com ternura pediu: – Moça, me dá uma rosa!

Agastada, porém, com o pedido insistente,
A jovem lhe negou o esperado presente:
– Vá embora daí, se não eu chamo um guarda!...
Temendo a intervenção enérgica da farda,
O pretinho correu em direção ao morro,
Lançando ao ar parado um grito de socorro,
Que não achou, naquela esplêndida manhã,
Qualquer repercussão na piedade cristã...

O tempo começou a mudar de repente;
Fatídico soprava o vento fortemente.
Tremendo, o órfão entrou no barraco de zinco;
Viu as horas passar: duas, três, quatro, cinco...
E ele, que lá vivia apenas por favor,
Não tinha pai nem mãe, ele não tinha amor...

Deitou-se; adormeceu, sonhou com o paraíso
– Edênico jardim – onde ele viu, iriso,
O sol resplandecer numa rosa vermelha
– Sua rosa vermelha! – e ante ela se ajoelha...

Nisto, estranho rumor, como um forte trovão,
Fê-lo um anjo notar, levando-o pela mão,
Para, de um lindo quadro, erguer o tênue véu:
– Ele entrava no céu...ele entrava no céu!...
 
Mas, na manhã seguinte, ouviu-se o comentário:
Durante o temporal, no morro proletário,
Houve um desabamento; e o pretinho – coitado! –
Ingênuo sonhador – morrera soterrado...

Sob um sol indeciso, à hora costumeira,
Regava o seu jardim a jovem jardineira.
Por um gesto instintivo, ergueu o olhas às grades:
– Vibrava no éter frio as ondas das saudades –
Não viu, como esperava, o rosto do pretinho:
– Não voltaria mais? Seguiria outro caminho?!...
E, nessa confusão de um vago sentimento,
Sentiu no coração fundo arrependimento
De não ter satisfeito o anseio do menino...
Foi quando alguém lhe trouxe a notícia:
                                                        – O destino
Tinha roubado a vida ao pequenino triste!...

Ela não pôde mais; ela não mais resiste,
Prostrando-se a chorar... 
                                         E, logo, decidida,
Tirou de seu jardim, não só a flor querida,
Mas todas; e as levou com carinho e cuidado
Pra com elas cobrir o corpo inanimado
Do pretinho infeliz...
                                       E ele, que não tivera
Na existência um lençol, ganhou da primavera
Um manto todo em flor, a envolver-lhe, afinal,
Com carinho e perfume, o corpo angelical...


No contraste da vida infausta ou abastada,
Nós somos muita vez como o órfão e a galã,
Negando do consolo uma rosa encarnada,
Para as faltas de amor chorarmos amanhã...

E ao peso acusador de líricas saudades,
Vamos levar depois às mortas ilusões
Todo o rubro rosal das oportunidades,
Que deixamos passar sem úteis decisões...

Que possamos abrir as grades do egoísmo
E oferecer a quem suplica afeto e paz
A rubra flor da fé do eterno cristianismo,
Que na alma, a rescender, não murcha nunca mais!






terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Olhos claros atrás de um óculos

Toda vez que penso no meu avô, tenho uma louca vontade de escrever. Escrever para o mundo a maravilha que é ter um avô. Quem ama o seu, sabe o que vou dizer do meu. Meu avô estava longe de ser um homem perfeito, mas era uma avô perfeito. Era um avô carinhoso. Seu carinho era diferente. Não era cheio de beijos e abraços, era cheio de cuidados. Queria o meu bem. Várias coisas me fazem lembrar dele: pepino picado, feijoada, dia de domingo, aumento de salário, tv a cabo fora do ar, "Malhação", laranja depois do almoço, caça palavras, azeitona, entre outras tantas coisas...

A falta que ele faz deixa um vazio às vezes... E traz uma eterna saudade. E aí paro para pensar na maravilha que é sentir saudades, pois sinto saudades das coisas que amo, das pessoas que amo, das histórias que amo.

Tudo isso aí é um pouquinho do meu avô. Avô que é eterno! Para sempre!