Afetividade

Hoje me deu uma vontade louca de falar de afeto. AFETO!
Falar da delícia dessa manifestação de carinho sincera, fraterna e humana.
No meu dia-a-dia, sinto-me em um tiroteio de afetos! Estranho falar assim...
Mas é a palavra que veio em minha mente. É como se eu estivesse no meio de muita gente recebendo flores, ao invés de balas.
É algo tão contagiante, tão mágico, que até me perco, como num conto de fadas.
O lugar em que tenho recebido tantos afetos trata-se de uma escola e, quem tem me "atirado", são as crianças.
Sei que parece demagogia "esse meu tal pensamento", mas é o que sinto...
No meio de avaliações, atividades, livros, tarefas, reuniões e mais um turbilhão de coisas, a sala, ou melhor, o espaço, a rotina, o meu fazer pedagógico rodeado de crianças, tem me permitido "viver de muitos afetos".
O mais real de tudo isso, é quando mais e mais crianças percebem que o movimento de afetividade produz, faz crescer, encanta e deixa o cotidiano mais leve, mais próximo, mais profundo.
Falar de afeto é falar do desejo do carinho, do respeito, da dedicação ao próximo.
Não é esquecer da profissão que até hoje não é valorizada (é lutar!), mas olhar que existe um outro lado...
Os lados...
Existem muitas coisas em volta...
Ao redor...
Acontecendo...
Falar de afetos, falar de emoções... É também falar do pedagógico...
Mas deixo apenas o poético aqui, outro dia falamos da riqueza pedagógica escondida no meio de tantos afetos...


Ps: Dedico esse texto a uma turma muito especial: a Turma da Diversão (2012). Turma que tem me dedicado muitos afetos, muitos sorrisos, muito conhecimento, muitas descobertas e claro, MUITA DIVERSÃO!

É possível?

É possível imaginar crianças reunidas e no meio de algum minuto uma música convidar todos a rezar?
É possível imaginar adolescentes discutindo algum assunto e no meio de tudo isso, parar para rezar?
É possível?
É possível unir vozes? Sonhos? Pedidos?
É possível o silêncio, o respeito e o cuidado nos dias de hoje?
É possível?
É possível cultivar o afeto no meio de tanto conhecimento?
É possível agradecer, quando na verdade, pedidos aparecem mais?
É possível?
É possível uma escola pensar na formação do todo e planejar ações para esse objetivo?
Sim! É possível!
É possível desde que o desejo seja maior que os desafios,
que a vontade prevaleça
e que os sonhos jamais adormeçam.
É possível sim, preocupar com o outro,
mesmo que as nossas preocupações sejam imensas
e as noites pesadas.
É muito bom saber que existem escolas, de crianças e adolescentes,
que não só acreditam, mas que fazem acontecer momentos singulares de união...
Momento que nos convida a pensar no tempo...
Tempo de parar, tempo de escutar, tempo de agradecer, tempo de rezar.

E você? Tem pensado nesse tempo?

Escola é fácil de achar, difícil é encontrar proposta de educação. Difícil, mas POSSÍVEL!

Significando os códigos

E, finalmente, aconteceu um dos momentos que eu esperava...
Meu afilhado, louco para ir em um parque aquático, todo animado, contando as horas, percebeu que o mesmo estava fechado.
Subiu as escadinhas e quis vê-lo de perto, talvez estivesse imaginando-se nos brinquedos...
A placa que dizia IMPEDIDO ou FECHADO, não me lembro bem, foi lida pelo Teco (Antônio)!!!
Ele disse:
"- Madlinha, peraí que eu vou ler".
E a madrinha coruja esperou, claro!!!! E ele, passava aquele dedinho indicador mais lindo do mundo em cima das letras enquanto lia:
"- Não pode entrar agora.".
E eu, um pouco mais distante, segurava lágrimas de felicidade...

Educadores sabem do que falo, dessa linda fase que as crianças passam. Foi mais que um presente vivenciar esse momento com o meu sobrinho que fez 4 anos e que está nessa fase ma-ra-vi-lhooooooo-sa!!!!
E foi mágico lembrar que eu já vivenciei muitos momentos desses com vários alunos...

Assim, a vida vai ganhando novos significados, novos leitores, novos sonhadores, novos cidadãos...



@ E que Deus me dê muita saúde para que eu possa participar dessa fase com esses outros dois baixinhos aí na foto e com muitas outras crianças...